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Analisando a estante
Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria. Jorge Luis Borges

Resenha: O Circo da Noite

domingo, 30 de junho de 2013


Título: O Circo da Noite
Autor: Erin Morgenstern
Editora: Intríseca
Ano de lançamento: 2012
Número de Páginas: 368

Avaliação


       Desde muito cedo somos convidados a vaguear pelo mundo da magia. Quando criança vem todos aqueles contos de fadas e depois que crescemos fazemos certa resistência ao lúdico, resistência essa que não têm sucesso, pois em variados momentos da nossa vida pegamos-nos “fantasiando”. Além disso, a imaginação é uma coisa fantástica e, é isso que torna a leitura tão interessante. Agora juntemos uma porção de: Mágica + Leitura + Uma escrita impecável e temos O Circo da Noite, livro de Erin Morgenstern, um livro mágico.

       Primeiramente preciso falar sobre a capa desse livro, é uma capa muito bonita e cheia de detalhes, é nítido o cuidado que tiveram com o design dessa obra, parabéns para a editora.

       Agora podemos partir para o que temos nas entrelinhas do livro.

       Pois bem, na obra somos apresentados ao Le Cirque des Revês (O Circo dos Sonhos), criado a partir da junção de ideias do Monsieur Lefèvre, Sr. Barris, as irmãs Burgess, Madame Padva e uma pequena ajuda do relojoeiro Herr Thiessen. Um circo incrivelmente mágico, todo em preto e branco e que tem um único propósito: ser o palco de uma “competição” envolvendo dois jovens, Celia e Marcos.

       A competição fora declarada quando dois velhos amigos se encontraram há muito tempo atrás, ainda quando Celia e Marcos eram muito jovens e não imaginavam o poder que detinham. Próspero (O mágico) e seu amigo de terno cinza selaram, mais uma vez, o acordo que deveria resultar na morte do perdedor. 

       Depois de logos anos de treinamentos e sem nunca se conhecerem, o circo parece o lugar ideal para esse encontro. A partir daí temos o enredo principal. Dois jovens ilusionistas, mágicos, magos, bruxos, ou o que quer que sejam devem “lutar” até que só um fique vivo. Porém, Celia e Marcos não encaram isso como competição, e sim como uma parceria. Inocentes, acabam cedendo aos encantos do amor. 

       Eu fiquei fascinado com esse livro. Muitas pessoas disseram que o ritmo do livro é lento, cansativo, ruim. Discordo. Erin Morgenstern escreve de maneira magnífica, o modo como ela descreve os fatos, faz com que a leitura seja leve, de acordo com o seu próprio ritmo. Essa percepção que muitas pessoas tiveram de o livro ser cansativo, pode ter sido ocasionada pelo fato da obra não apresentar diálogos em cada folha, é comum você lê duas folhas sem diálogos. É um livro descritivo, mas sem aquela sensação de “não tem necessidade de ele descrever isso” O comum: “ocupar páginas”. A descrição é exata e, é por isso que o leitor é, facilmente, transportado para o universo do livro. A obre é, em grande parte, narrativa em 3º pessoa, porém, apresenta alguns “mini-capitulos” (de uma única folha) que é escrito em segunda pessoa, isso resulta que o livro interage com você e facilmente o leitor é transportado do mundo real para o lúdico, acabando por vaguear pelo circo. Todas as vezes que abria a página para dar continuidade a minha leitura, me sentia no picadeiro. Escutei sons, senti aromas, temperatura e emoção. 

       A autora não tem uma ordem em relação ao tempo, ela faz sempre transições entre passado e futuro, ou seja, em um capitulo é 1873, no outro pode ser 1875 e no próximo 1873 novamente, isso acaba sendo interessante pois cria uma dinâmica diferente, claro, o leitor vai ter que fazer algumas retomadas, mas isso não atrapalha. 

       Se por um lado a escrita é sublime, o enredo tem alguns deslizes feios. Um deles é a falta de verossimilhança. É complicado falar de verossimilhança em um livro de "mágico", onde tudo é “possível”, mas a maneira como Marcos descobre que Celia é sua oponente fica sem sentido, uma parte fria da história, ainda mais se tratando do “estopim” do enredo. Outra parte que achei muito ruim no livro, foi o envolvimento de Celia e Marco, faltou sentimento do casal, profundidade, tudo acontece de maneira muito fria, o resultado é que esse casal não convence. Entendo que talvez a autora não quisesse desnortear o tema principal para uma paixão proibida, mas se não queria não deveria colocar de tal maneira na sinopse do livro. A sinopse... é PÉSSIMA, não leia as orelhas desse livro, você vai se iludir e criar expectativas que vão acabar com sua leitura. Esteja ciente, que esse livro não é sobre “Um casal lutando contra tudo e todos”, mas sim sobre o circo. 

       O tema principal é o circo. Ah, o circo! Ele é que é o verdadeiro protagonista. É incrível esse circo, não tem como não ficar maravilhado. É fantástico, mágico, exótico e até misterioso. Com certeza, sou um integrante da família Rêveur, fiquei desolado quando fechei a última folha e vi o circo ir embora... pra algum lugar do mundo, mas fico feliz por saber que, por alguns dias, eu visitei o “Le Cirque de Reves”. 

       Portanto, as falhas não tiram o encanto da estreia de Erin em “O Circo da Noite” Um livro exótico, criativo e envolvente que apresenta uma linguagem soberba. Parafraseando o The Christian Science Monitor

“O único desapontamento de verdade é saber que jamais poderemos comprar um ingresso”. 

O Circo da Noite vai virar filme pois, os direitos de adaptação cinematográfica da obra foram adquiridos pela Summit Entertainment, estúdio que produziu os filmes da Saga Crepúsculo. 

Abraços galera e até a próxima! :)
Postado por Glauco Souza às 12:58
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O blog surgiu a partir da ideia de instigar a análise crítica. Eu geralmente quando termino de ler um certo livro faço uma resenha sobre o mesmo, pra ter noção e ficar como arquivo também, claro. Portanto, aqui eu divido com vocês a minha crítica e estou aberto a receber as suas também. Abraços, Glauco Souza.

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