
Título: A Culpa é das Estrelas
Autor: John Green
Editora: Intríseca
Ano de lançamento: 2012
Número de Páginas: 286
Avaliação
Eu estava muito curioso para ler esse livro, afinal o marketing de A Culpa é das Estrelas é grandioso. John Green arrebatou milhares de fãs com essa obra. Suas frases estão em várias páginas das redes sociais; todo esse sucesso é merecido, uma vez que Green cria uma obra encantadora, que como diz Markus Zusak, "você vai rir, vai chorar, e ainda vai querer mais."
O livro é muito bom. É narrado em primeira pessoa, sendo esta Hazel Grace, uma garota que descobriu que tinha câncer terminal aos 13 anos. Seu caso tem uma mudança quando recebe ajuda de um medicamento que, milagrosamente, faz com que seus tumores tenham uma considerável redução. Hazel não tinha motivo para querer viver, já estava cansada de carregar um cilindro de oxigênio que alerta aos seus pulmões para não se esquecerem de cumprirem seus trabalhos. Mas, algo iria marcar a vida de Hazel, e esse marco tem um nome, se chama Augustus Waters, o Gus. Um cara bonito, musculoso e de uma perna só -uma vez que o câncer levou a outra.
(...) Na boa, ele era um gato.
Juntos, irão viver cômicos, alegres e tristes dias. Tudo envolto em uma linda paixão.
Todo mundo tem o seu livro preferido, Grace também tem o dela, o chamado Uma Aflição Imperial, um livro de Peter Van Houten cujo final é indefinido. Achei essa parte da obra um pouco infantil, a personagem dá muita importância em descobrir o final do livro de Van Houten e isso é algo que acaba sendo fútil diante dos problemas ao qual somos apresentados em ACEDE.
A narrativa é perfeita, John Green realmente é um autor incrível. O tema tinha tudo para ser monótono, chato afinal, estamos falando de uma doença séria, pertinente na vida de várias pessoas, porém John consegue abordar esse assunto de uma maneira incrível, fazendo com que a leitura flua, arrancando sorrisos em algumas partes do livro.
“Contei ao Augustus a versão resumida do meu milagre: diagnosticada com câncer de tireoide em estágio IV aos treze anos. (Não contei que o diagnóstico veio três meses depois da minha primeira menstruação. Tipo: Parabéns! Você já é uma mulher. Agora morra.)"
"(...) Mamãe me conectou a um cilindro portátil e me lembrou que eu tinha aula. -Foi aquele menino que deu isso pra você? - ela perguntou. - Com isso você quer dizer herpes? - Você é impossível - mamãe comentou. - O livro, Hazel. Estou falando do livro. "
A linguagem é bem construída, coesa e coerente, com bastante referenciação. A metáfora é um recurso que se faz bastante presente resultando em "tom literário" e filosófico no livro. A obra me apresentou reflexões bem instigantes. É um livro que nos faz analisar nossa postura enquanto Ser, não é apenas uma obra com frases bonitas para colocarmos nas redes sociais. Não. É uma obra que tem uma mensagem filosófica que merece atenção.
“Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros... Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter.”
Não cheguei a chorar lendo o livro. Achei o romance muito bonito, com um estilo bem adolescente, e com uma temática interessante. Mas, tem algo no livro que não me deixa dizer que ele é o melhor, o livro é muito bom, mas acho que o fato de Hazel querer tanto saber o fim de Uma Aflição Imperial (UAI) acaba deixando o livro um pouco desnorteado. O final é não ter final, algo que parece ser uma repetição de UAI . Deixa algo no ar, um vácuo. O livro acaba gradativamente, de repente, de uma hora para outra. Ainda sim, é um ótimo livro, que merece toda a sua atenção e está com certeza na lista dos melhores livro que eu já li. É incompletamente completo. Se você não ler esse livro, aí a culpa já não será mais das estrelas.
Abraços!






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